quarta-feira, 29 de abril de 2009

Laser
As fontes de luz têm sido pesquisadas desde os primórdios da civilização; no início de forma empírica e, posteriormente, de forma científica. O laser é uma fonte de luz com vários comprimentos de onda que lhe conferem propriedades terapêuticas.
A origem do vocábulo "laser" advém da sigla inglesa "LASER" - "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation", ou seja, Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação. A partir da década de 1960 foram realizados estudos sobre os efeitos biológicos da laserterapia na reparação tecidual, sucessivamente outras pesquisas demonstraram a aplicabilidade clínica e hoje a laserterapia é aplicada no tratamento de feridas.
Hoje em dia podemos considerar o laser um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios odontológicos e médicos. Pesquisas científicas atuais demonstram que o laser tem ação antiinflamatória, e poder de regeneração tecidual. Na odontologia, estes fatores permitem a diminuição do desconforto e uma recuperação mais rápida, imediatamente após a primeira aplicação do laser. Isto também se deve ao poder bioestimulante do laser.
A utilização da laserterapia na odontologia para reparação de tecidos é um importante agente coadjuvante no tratamento odontológico convencional ou usado isoladamente em algumas patologias. Podemos citar a aplicação clínica do laser nas seguintes situações: Ajuda a diminuir o desconforto do paciente no momento da aplicação da anestesia, visto que pode ser utilizado como pré-anestésico. Posteriormente à administração anestésica, o laser pode ser utilizado para diminuição do desconforto causado pela penetração da agulha. Adicionalmente, o laser promove aumento da microcirculação e, desta forma, ajuda na absorção do anestésico, nos casos de pacientes com dificuldade para serem anestesiados.
Na área cirúrgica, a laserterapia tem sido utilizada na extração dental, no tratamento da alveolite (processo inflamatório, infeccioso e doloroso que pode ocorrer após a extração dental) e na amenização dos sintomas após a realização da extração dental, visto que promove diminuição do edema, da dor e reparação dos tecidos envolvidos.
Também, é muito utilizado laserterapia no tratamento da hipersensibilidade dental que está associada a uma dor aguda, súbita e de curta duração. A hipersensibilidade pode ocorrer durante ou após a restauração dental (popularmente, chamada de obturação), pela retração da gengiva, e após o clareamento dental. Nestes casos, a aplicação do laser ajuda a promover a diminuição da hipersensibilidade.
Auxilia, paralelamente, na realização dos tratamentos convencionais para a disfunção da ATM, cujo principal sintoma é a dor e estalos durante a abertura e fechamento da boca.
O laser tem sido utilizado, também, nos tratamentos de ulcerações (aftas) que acometem cerca de 20% da população; sensações dolorosas (glossodínia) na língua e mucosa cuja incidência 4 vezes maior nas mulheres do que nos homens; Nas infecções pelo vírus do herpes simples que incidem em 40% da população e que pelo menos 90% da população já teve contato com o vírus; Na mucosite, doença que acomete principalmente pacientes em tratamento de quimioterapia ou radioterapia causando dor e limitação da ingestão de alimentos, estima-se uma redução de aproximadamente 50% no tempo de tratamento, com a aplicação coadjuvante da laserterapia.
Na pediatria, a laserterapia tem papel importante no tratamento de grande número de patologias da infância. Dentre as vantagens da utilização do laser nesta fase da vida é possível citar: (1) Promove diminuição do incômodo pela erupção dos dentes decíduos; (2) Nos casos de tratamento endodôntico (tratamento canal) pode ser aplicado antes da medição; (3) Promove a diminuição do edema e dor nos ferimentos de lábios e dentes por queda; (4) Auxilia na diminuição da dor e na reparação dos tecidos, nos casos de estomatites, doença que causa grande dificuldade na ingestão de alimentos e líquidos por parte das crianças.
Por último, ainda é possível citar a vantagem da utilização da laserterapia no clareamento dental, visto que permite sua realização em sessão única pela aceleração de ativação dos agentes clareadores utilizados. Adicionalmente, diminui a sensibilidade pós clareamento dental.
Vale ainda ressaltar que a maior parte dos procedimentos com o laser terapêutico odontológico pode ser feita sem a necessidade de utilização de anestesia.
Dr. Marcelo Cavalcanti Gonçalves
Prof. M.S. em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial