segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Já falou com seu dentista sobre sexo?
"Até mesmo o beijo na hora de "ficar" apresenta risco à saúde.
Beijos "calientes" e sexo oral inseguro e doenças sexualmente transmissíveis são uma mistura perigosa. Ao contrário do que muita gente pensa, sexo oral também é um caminho para contrair doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). E em alguns casos, uma DST oral pode ser até mais difícil de diagnosticar e tratar. O cirurgião-dentista pode reconhecer os sintomas orais de uma DST e instruir o paciente a procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico.
Segundo a literatura científica internacional, muitos pacientes sequer consideram sexo oral como um autêntico intercurso sexual. Uma pesquisa publicada no jornal da Academia de Odontologia Clínica Geral dos EUA em 2008 revela que 60% dos universitários entrevistados não consideravam o contato oral-genital como prática sexual. E mais de 55% dos adolescentes consultados admitiram praticar atos de sexo oral.
Noventa por cento dos que contraíram o componente oral de uma DST - como "gonorréia" - eram provavelmente assintomáticos (não apresentam sinais evidentes de contágio).
Os outros 10% exibiam sintomas como inflamação ou edema gengival e hemorragia. Estes sintomas lembram os sinais de outra doença, a dolorosa gengivite necrosante ulcerativa. Esta doença, ao contrário da gonorréia, tem um odor desagradável.
Alguns pacientes com manifestações orais de DSTs também apresentam sintomas parecidos com os de uma gripe. È possível ainda que uma DST possa permanecer assintomática na boca.
Segundo dados do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde a sífilis acomete 937.000 pessoas; gonorréia, 1.541.800; clamídia, 1.967.200; herpes genital, 640.900; e HPV, 685.400.
Mas porque esse assunto agora?
As festas em republicas, noitadas, os shows são ótimos locais de diversão e além de dançar bastante muitos gostam de "ficar" com o maior número de parceiros casuais possível. Porém, existe a necessidade de alerta sobre o risco da promiscuidade. Existem vários tipos de doenças potencialmente transmissíveis pelo beijo.
A mononucleose (doença do beijo), cárie, gengivite, candidíase (sapinho), herpes labial, tuberculose, hepatite e até as sexualmente transmissíveis como a sífilis e a gonorréia podem passar de um "ficante" a outro.
Para não ter surpresas desagradáveis recomenda-se aos "ficantes" cuidar bem da higiene bucal e visitar regularmente o dentista. Um exame clínico de rotina é capaz de identificar os primeiros sintomas das manifestações bucal de DSTs, por exemplo.
As manifestações orais das DSTs mais comuns ou doenças que podem ser mais facilmente transmitidas pelo beijo são:
Candidíase: áreas brancas na mucosa que, quando raspadas, deixam a mucosa vermelha e sangrante;
Gengivite: gengivas vermelhas e sangrantes, raramente dolorosas;
Gonorréia: vermelhão, ardência e prurido na mucosa, raramente faz feridas;
Mononucleose: petéquias (pequenas manchas vermelhas) no palato, aumento de volume da garganta. Estes sinais costumam ocorrer após um mês do contágio;
Sífilis: ferida indolor no lábio ou língua. Presença de íngua no pescoço.
Converse com seu dentista!"

Dr. Marcelo Cavalcanti Gonçalves
Prof. M.S. em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial