sábado, 4 de julho de 2009

O retorno do Quarenta

Passada a rebelião tempestuosa, cheia de atritos, com inúmeros boletins de ocorrências e várias lesões, o Quarenta, finalmente aceitou o apelido, ao qual era motivo de chacota e várias estórias.
Desta forma, cessaram-se os conflitos em virtude do alcunha "Quarenta", ele aceitava com naturalidade as pessoas chamarem pelo apelido, quando telefone tocava, ele mesmo falava; aqui é o Quarenta, gostaria de falar com quem?
Porem, o comportamento infiel e desleal de sua esposa, cada dia ficava mais intenso, alem de colocar um galho de chifre, dizia que arrumaram um apelido horrível, para o seu marido, com Ó maiúsculo.
Com todos os tropeços a vida do casal corria na rotina de sempre, Ricardão fazia as visitas cada dia mais cedo, assim que o Quarenta saia para o trabalho ele assumia o comando da casa.
As vezes quando o Quarenta chegava em casa mais cedo e sua cama estava emprestada, ele saia para o quintal esperava pacientemente a desocupação do leito.
Religioso, confessava e comungava semanalmente. Uma vez ele procurou o bondoso Bispo, para confessar e confidenciar seus problemas, declarou ser dependente do cheiro do Ricardão, não conseguiria viver sem ele por perto, as vezes perguntava para a esposa qual era a preferência, ele ou o Ricardão. Aproveitando a oportunidade da confissão, ele pediu uma orientação para o bondoso Bispo, perguntou o que significaria sonhar todas as noites com o bode.
O sacerdote, com toda aquela sapiência traduziu o sonho; -caríssimo irmão, sonhar com vários bodes denuncia libertinagem, um bode acompanhado de uma cabra denuncia desejos e o berro do bode denuncia mau resultado.
O quarenta, chegou em casa naquele dia aliviado, pois havia confessado e confidenciado seus sonhos eróticos. Chegando em casa foi para o quarto conversar com a amada esposa, nisso o Ricardão bateu insistentemente na porta, desta vez, como já teria acontecido anteriormente, não deu tempo de fugir para o quintal, ele teve que se esconder mais uma vez em baixo da cama. Ricardão chegou todo afoito, no momento em que ele ia subir na cama, pisou com muita força na mão do Quarenta, tendo este puxado de imediato a mão porque teria doido muito. Ricardão olhou para o chão não viu nada e disse: parece que eu pisei em alguma coisa!
A mulher respondeu, não precisa preocupar, você pisou foi no rabo de "tótó". Ele subiu para a cama e enquanto fazia o serviço, no ponto mais elevado do trabalho, ele, sem nenhum propósito bateu com muita força o joelho na cabeça do Quarenta. Logo ouviu-se um grito fino e em bom tom au; au; au; au; filho da puta.

Luiz Geraldo Dias